sexta-feira, 30 de julho de 2010

Aves raras



Assim como as aves-do-paraíso, assim são os músicos para quem não os conhece bem. Alguém é atraído pela sua figura, pelo seu movimento, e começa a pesquisar seus hábitos, seu habitat. Horas esperando por algum sinal, algum som, algum farfalhar, por mais leve que seja. E um sorriso leve de satisfação, quando, em um determinado momento, o que, por um segundo, chegou a chamar de sonho, é tão mágico que é como se nem fosse real. Uma ave, duas, ou talvez três captadas pelos olhos marejados de emoção, que nem imaginava ver um grupo delas, já contentava-se com uma única ave. E o espetáculo dessas aves é particular, e seu vôo, etéreo. Se não gravado, é um momento de sonho, é quase fruto da imaginação. E numa sala de chão brilhante, da cor de âmbar, invade a luz solar de um dia frio, e o som penetra em um coração sensível, e completamente aberto para sentir toda a emoção retirada daquelas cordas. E alguém aparece como uma ave rara, e mais um, e mais um, e como se não estivessem sendo observados, arrancam das cordas alegrias, paixões, medos e frustrações. Arrancam das cordas a origem das lágrimas nos olhos. E se tudo isso não pudesse ser gravado, seria apenas fruto da imaginação, como alguém que olhou através de uma fechadura mágica, que mostra a visão de um paraíso distante, etéreo e inalcançável. Se não pudesse ser gravado, seria um sonho que nos faz sentir vivos, sem jamais podermos explicar.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A escrita precisa de vida real

Perdoem pelo sumiço, mas precisava viver um pouquinho para continuar a escrita. Embora seja legal escrever ficção de vez em quando, as coisas reais são igualmente interessantes, e o espaço aqui, como vocês já devem ter notado, prioriza a vida real. Por isso, fiquei quase um mês de férias, não para descansar, mas para viver. Preciso viver para escrever, e a escrita precisa de vida real. Necessito ficar de pé diante da vida e ter coragem para enfrentar o "play" natural que a vida oferece, para poder clicar um pequeno ''pause" para transformar em letras tudo o que vi e senti, o que quer que seja; pode ter sido apenas um pôr-do-sol, mas eu o vi, e vivi naquele momento, e só por isso já em si importante.
Estou de volta!
Beijos e pétalas.