sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Isso me tira do sério...

Atenção, leitora, se veio ler este post deduzindo pelo título que iria deparar-se com uma bela foto do Josh Hartnett, Gerry Butler, Mario Cimarro, e outros do do gênero não-acredito-no-que-meus-olhos-veem, enganou-se, kkkk.
É que ganhei um selinho muitíssimo interessante da Debor@h, do Doce vida dura, onde o leitor chega e sai de bom humor, porque o sorriso dela aparece naturalmente nas palavras. Quase impossível você não sair sorrindo também.
Bem, as regras são as seguintes: em primeiro lugar, comentar sobre o blog de quem te presenteou com o selinho, o que acabo de fazer. Depois, dizer 3 coisas que me levam ao delírio. Ok, depois de muita reflexão, porque escolher só 3 é muito difícil:
1- receber aqueeeeeeeeeele olhar de quem eu amo;
2- acordar de madrugada, lembrar que naquele dia não vou trabalhar, e posso acordar tarde, e logo em seguida, virar para o outro lado e dormir de novo;
3- (serve comida também?) doce de leite, kkkkk.

E a última regra é repassar para cinco blogs. Meus indicados são:
a) Menina dos olhos de mel
b) Bela poeta
c) Ana'Space
d) As palavras que sempre te direi
e) Retrato em preto e branco

Mas, aí, eu não resisti e resolvi burlar isto aqui, porque não tem problema, e resolvi acrescentar:
f) Contando e recontando
g) Páginas da Finisterra

Beijos e pétalas.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Jogos, trapaças e mentiras

Esta é uma carta que eu enviarei para a parte mais secreta do teu coração. Sim, para que tu não saibas o que está acontecendo enquanto sente uma parte dele pesar, já que preferes não sentir culpa, e ter sempre certeza de que tomaste a mais correta decisão.
Escrevo esta carta por não gostar de fazer jogadas, por não gostar de enganar ou ser enganada, por não gostar de esconder o que penso por medo de torcerem minhas palavras, e as jogarem contra mim. Por não gostar e por ter medo de acabar sendo a derrotada por ter amado demais, e por ter sido honesta e sincera.
Preferia que empatássemos, ou mesmo, que tu ganhasses, mas que estivéssemos felizes no mesmo tabuleiro. No entanto, descobri minha expulsão muito tempo depois de ainda achar estar presente. Já me tinha tornado invisível aos teus olhos e nem sabia porque podia passar através de você, sem que me olhasses. Já existiam outras peças no tabuleiro avaliadas como mais valiosas para ti.
Admito que ainda estou sentada diante do mesmo tabuleiro, por opção insconsciente. Porque ainda gosto de te ver jogar, mesmo que não comigo. E admito que gosto de ver o sorriso desabrochar da tua face tão facilmente, mesmo que não seja eu quem o provoque. Talvez a beleza da minha derrota me atraia. Talvez eu te ame mesmo de qualquer jeito, sem que tu mereças. Talvez eu me sinta derrotada, sem ser. Não sei, ao certo. Só sei que detesto que se virem contra mim. E que interpretem erroneamente cada palavra minha.
Talvez devesse escapar de mim. Mas estou presa ao meu corpo. Sendo assim, deixo esta carta presa ao teu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pétalas da vida 7: Ledo engano...

Ingrid sorria, contentíssima. Um CD da banda preferida. E um par divertido de brincos. Surpreendia-se. Já fazia um tempinho que não ganhava presentes. Foi para casa animada, escutou todas as músicas, elegeu suas preferidas, e passou a usar azul quase todos os dias porque combinava com o brinco. O tempo passa brincando e rindo de todo mundo, e ria dela também, com certeza. Mostrou de uma forma surpreendente também outra pessoa com o mesmo brinco. Num almoço animado, entre risos, Ingrid observou num relance que essa pessoa sorria alegremente ao lado de quem lhe deu o presente. A cena congelou diante dos olhos de Ingrid, e ela só conseguia imaginar como alguém conseguia ter tão pouca criatividade diante de um mundo tão pequeno, onde os menores detalhes aparecem ampliados num momento oportuno. Decidiu não usar mais os brincos. Odiava o fato de não ter exclusividade. É claro que poderia haver várias mulheres no mundo com aquele mesmo brinco azul, mas não oferecido pelas mesmas mãos indecisas. O doce virara azedo.
Quase uma década depois, Ingrid se encontrava num cenário semelhante: encontrava, por acaso, uma carta de amor endereçada a outra pessoa. Lia cada palavra atentamente, pelo fato do escritor ter sido outrora seu amor. Sentia-se feliz por ter recebido do acaso esse momento, e ao mesmo tempo, confusa por saber que as palavras não eram direcionadas a ela. Gravou em sua mente as frases mais importantes, e recitava-as sozinha, analisando frase por frase. Culpava-se por não ser a musa inspiradora daquelas palavras. Perguntava-se em que havia errado. Encontrava milhares de erros possíveis em si mesma. Questionava sua própria personalidade. Depois da pior fase da ressaca emocional, divertia-se no computador, conversando com amigas e organizando os e-mails. Foi por um triz que o tempo não voltou: quase uma lágrima descia de seus olhos, enquanto relia essa antiga carta, cuidadosamente salva. Mas foi apenas um "quase", porque, sem explicação alguma, lembrou-se de um amigo do escritor, duvidando e rindo-se das palavras amorosas contidas ali. Rapidamente entrou em um site de busca e digitou um trecho da carta de amor aparentemente tão sincera. Teve vontade de chorar, mas as lágrimas não desceram; veio de dentro um riso tão grande, um riso que lava e joga fora as impurezas das pobres dúvidas sobre si mesma. Ingrid riu o riso grande, o riso contido em volume, porque já era tarde, mas grande em significado. Percebendo a semelhança entre as revelações que o casalzinho tempo e vida lhe faziam, sentiu-se tão leve. Agradeceu por não ter sido a musa inspiradora daquelas palavras, já que não conhecia mesmo o verdadeiro escritor. Continuava gostando de exclusividade, e não queria receber palavras copiadas também usadas por outros para outras pessoas. Não queria brincos azuis iguais. E sorriu ao lembrar de que aquilo justificava a ausência dos erros de português do escritor, tão comum nas cartas verdadeiramente sinceras, escritas a mão, com palavras vindas diretamente do coração, seja lá como ele fosse, endereçadas a ela nos tempos em que ele não gostava de digitar. Sentiu-se grande novamente, sentiu-se forte, e um tanto envergonhada por ter algum dia duvidado de sua própria capacidade de amar. Omitiu esse fato da musa atual do escritor, porque não sabia se ela contentava-se com isso. Mas o importante era que Ingrid não se contentaria. Odiava brincos azuis repetidos e palavras que não vêm do coração.