segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Raio de sol

Em meio a arrumações, caixas, roupas, livros, fotos, encontrei diários de anos passados que me fizeram rir e chorar. E não pude deixar de notar o espírito de "can we ever go back?"* em muitas das letras escritas naquelas páginas. Descobri que uma parte de mim se apegava sempre ao passado, e ignorava o presente, que não muito depois, oferecia alguma novidade surpreendente. Muitos dias se passaram sem que eu notasse a sua beleza, admirando os dias anteriores. Não quero mais. Tudo que já aconteceu, sempre estará em mim. Por que não deixar entrar um raio de sol, e admirá-lo, não no dia seguinte, mas no exato instante que acontece? Por que não deixar florescer os galhos sempre secos? Por que não curtir as folhas vermelhas quando estiverem vermelhas, e a lua nova, quando estiver exatamente nessa fase? Eu, que não perco uma estrela, um pôr-do-sol, uma flor que se abre, sim, logo eu, cometi a falha de pensar que os dias anteriores tinham sido melhores. Se hoje não tenho algo, fui feliz enquanto tive, e isso sempre existirá. É meu. E não pode ser roubado de mim. Mas hoje, hoje também é lindo. Hoje é magnífico do jeito que for.

Beijos e pétalas.

*(da música: speaking a dead language - joy williams)

Depois da tempestade, vem o arco-íris!


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Perdoem pela demora, mas aconteceram imprevistos mil. Inclusive uma tempestade, que caiu pesada, muito mais do que deveria, invadiu o bairro, casas adentro (inclusive a minha) e a situação ficou bem cinzenta por aqui durante algumas horas. Rolei algumas lágrimas por causa de alguns móveis e objetos perdidos, mas no dia seguinte me recobrei. Vi que não dava para renovar a não ser que abrisse espaço. Percebi que algumas coisas que vem são melhores do que as que foram. E agora, é só arco-íris. As coisas mais importantes continuam no lugar, e é isso que importa.

Beijos e pétalas.