Conforme prometido, aqui estou eu falando novamente das coisas coloridas da vida, e desta vez da sensação tão azul que é chegar ao Rio, à noite. Pois bem, descobri isto voltando de viagem, há alguns anos atrás.
Aquela sensação tão bem conhecida da volta ao lar, do respirar fundo ao voltar pra casa, do foi-muito-bom-mas-meu-lugar-é-aqui, sabem como é, não sabem? Olhando pela janela do carro, já iam aparecendo cachos de estrelas no céu, e as rodas do carro iam engolindo a estrada, por cima do mar, pela ponte Rio-Niterói.
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Enquanto a ponte fazia pose de curva, eu ia apreciando a luz azul que vem do ângulo triangular do edifício Rio Branco, observado pela estátua do Barão de Mauá.
Lá pelo ponto mais alto, a vista ao anoitecer do meu querido Pãozão de Açúcar (sim, porque ainda me emociono com a sua beleza vista de qualquer ângulo), e os meus olhos maravilhados pelas luzes da cidade refletindo no mar.
Mesmo sabendo que o Rio seria feliz com menos luzes, seria mais bonito se tivessem deixado como era, uma paisagem mais nua, e mais destacada pela vegetação do que pelas casas e prédios invasores. Ah, eu queria que a cidade fosse um parque nacional, apenas para ser visitado com moderação, e apreciado sem moderação. Talvez com algumas pouquíssimas casas, tudo bem, mas que fosse mais intocado que explorado. Queria que fosse menos mulher e mais menina-moça, eternamente...
Enquanto eu pensava em tantas coisas, a noite caía mais profunda, e eu pensava em como a noite nos faz esquecer dos pesares, enquanto ouvia Songbird. Porque às vezes, só queremos voar como os pássaros, e derramar tintas brancas nos traços incoerentes, e deixar que o colorido tome conta de todo o quadro novamente. Por isso, eu acho esse ângulo do Rio de Janeiro azul, muito, muito azul.
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Beijos e pétalas.
Obs.: As imagens foram retiradas de: http://www.starnews2001.com.br/rio_show.html